quinta-feira, 20 de maio de 2010

Crononemesia

Se esse ponteiro não parasse
Se essa saudade passasse
Se meu coração pastasse
Em seus campos brancos, seios da paz
Cerrados cá, nessa cadeia errônea
Se abrir eu pudesse
Tal cela mnemônica

Memento pontiagudo
Vil e sã lâmina que retalha
Em pedaços de veludo
A dura armadura da batalha
Que travo e destravo a cada olhar do rosto lunar
Findando em redundância a circular guerra por amar
Crono Nêmesis, por que tanta represália?
Cruéis setas retrocessas, oh! Durada batalha!

Se meu aliado tu fosses e me amasse para que mais eu pudesse amá-la
Se não tanto corresse pra nós quando desfrutamo-nos a sós
Se você não rastejasse quando o vão cheio de falta se instala
Se esse pranto impaciente e atroz sumisse com o ouvir de sua voz

Eis que seria o meio para o início de mais um dos fins

Um piscar de ventura no descartar da armadura
Trote milesimal em seus brancos campos brandos
Finitude dada por crônica e reta flecha certeira
E o infim recomeça, guerra eterna de fins tantos














Sário Ferreira – 08/04/2010

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